quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Gorduras Localizadas x Eficiência Baixa....

Como eu vinha fazendo  um bom trabalho como Gerente Industrial  em uma importante empresa no Sul do país, fui consultado por um Head Hunter de SP que buscava um executivo para a mesma função em uma empresa do mesmo segmento no interior de SP;
Após alguns meses de negociação acabei cedendo à proposta e assumi o desafio. Tratava-se de uma empresa exatamente no mesmo segmento, que tinha um faturamento médio na ordem de R$ 700 Mil mensais com uma estrutura extremamente inchada. Porém, com alguns diferenciais interessantes como, por exemplo, as especificações e dimensionamentos de seus produtos atendiam rigorosamente às normas técnicas exigidas pelos produtos e com nível de Assistência Técnica exemplar.
Em contrapartida, mantinha sua estrutura de apoio como Engenharia, Planejamento, Qualidade, proporcionalmente o dobro da empresa de onde eu vinha e com faturamento exatamente a metade;
Na produção não era diferente. Mantinha regime de dois turnos, horas extras sem o menor controle, sem  Planejamento algum, problemas de fluxo, lay out mal planejado, processos predominantemente artesanais e os atrasos nas entregas não seguravam Gerente algum mais que três meses em sua cadeira; Aliás cada Gerente contratado era motivo de apostas de quanto tempo resistiria...
A produção na área de preparação fazia o que achava mais simples para dar fluxo na Caldeiraria e se livrar da OP. A Caldeiraria “A” empilhava os grandes conjuntos enquanto a Caldeiraria “B” montava os conjuntos complementares com as prioridades à seu gosto. O resultado disso era catastrófico de uma fábrica “EMBOLADA”, que trabalhava em regime de “ILHAS INCOMUNICÀVEIS” por conta de inimizades e atritos das chefias intermediárias, com jornadas extensivas de horas extras e sem folgas aos finais de semana;
A receita foi simples: Introduzimos Cronogramas Compartilhados em MS Project, Controle de Mão de Obra Apropriada, focamos as prioridades, sintonizamos as atividades das áreas de apoio como: Engenharia, Compras, e PCP  e passamos a assumir nossos compromissos de entregas conforme cronogramas.
O resultado disso foi fantástico. Aos poucos baixamos o grau de insatisfação dos principais Clientes.Não colocamos sequer um funcionário a mais na produção, ao contrário, na medida em que eram demitidos ou pediam demissão a ordem era não repor.
Com a fábrica mais enxuta, organizada e com fluxo planejado as coisas acomodavam-se e o resultado dia a dia era multiplicado no caixa da Cia. Ao final de 8 meses nosso faturamento era de R$ 7 Milhões mês, sem horas extras aos finais de semana, as chefias em sintonia e com a estrutura de apoio com seu papel reeditado.

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