quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Da Produção Artesanal para Produção em Linha

Em uma de minhas experiências em Gestão Industrial a empresa tinha em andamento um determinado  produto e se utilizava do sistema artesanal de produção. Para um lote de TRINTA unidades precisaram de 120 dias para entrega, com má qualidade, sem a menor intercambiabilidade dos componentes, 16 pessoas envolvidas no processo com média de 2 horas extras por dia de segunda a sexta e mais aos sábados, multas por atrasos e por consequência um CPV sofrível.
Minha primeira missão na empresa era conquistar um novo pedido do mesmo produto, que já estava em orçamento, porém para 300 unidades a serem entregues em 90 dias. Se para fabricar 30 unidades nos métodos anteriores foram necessários 120 dias imaginem para 300 Unidades.
A conquista deste novo pedido representava o divisor de águas da história da empresa desde que desse lucro, ao contrário levaria a empresa a insolvência.

Vesti um Jaleco e participei desde a Revisão do Projeto, Fabricação de um Protótipo, elaboração do Orçamento, previsão de materiais, previsão de mão de obra, Proposta Técnica, Proposta Comercial, Definição do Processo, Definição de Aquisição de Máquinas e Ferramentas, Revisão do Plano de Pessoal Direto e Definição de Lay Out.
Colocados os planos em marcha com Projetos detalhados e revisados, Planejamento e Compra dos Materiais, definição de Ferramental e mão obra qualificada damos o Start da Produção.

Confesso que para administrar as mudanças tive que adotar por algum tempo a Teoria “Z” Método Taylor (Administração por Determinação) e na medida em que as coisas foram se alinhando, fui migrando para métodos mais modernos de administração por Orientação.
Claro que não foi tudo tão fácil como se escreve. Em cada área que metíamos as mãos, envolvia desde seleção e recrutamento a partir de anúncios em Jornal Local, de onde selecionávamos nossos perfis de uma fila de mais de 100 candidatos que se formava na portaria da empresa a cada segunda feira.
Além de pessoal envolveu de pequenos e grandes investimentos, desde ferramentas individuais, EPI, revisão da área de utilidades como carga Elétrica com instalação de Transformadores, Banco de Capacitores, Iluminação, Água, Vestiários e Refeitório. Como retoque final da arrumação melhorou também a apresentação da fábrica, para poder receber diligências do Cliente para fins de acompanhamento dos serviços.

Confesso que ajudei a fechar embalagens com prego e martelo, mas entregamos as 300 unidades no prazo desejado pelo cliente de 90 DIAS. Porém, com excelente qualidade final, intercambiabilidade dos componentes, preços compatíveis. Tudo isso fundamentalmente por termos aplicado uma nova orientação e em escala industrial.
Nesta Guerra vencemos com o mesmo número de soldados de Fronte. A diferença foi optarmos por investir no esquema tático. Ou seja, para fabricar 30 unidades do pedido anterior foram necessários 326 HH por produto fabricado. No segundo lote nossa taxa de HH caiu para 32 horas por produto.  

Ganhamos a confiança do MERCADO e tivemos a oportunidade de participar junto a outros clientes na padronização de seus produtos e passamos a ser um braço forte no fornecimento em expansão na época.

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